Grande Loja de Mestres Maçons da Marcado Grande Oriente do Brasil
Grande Loja de Mestres Maçons da Marcado Grande Oriente do Brasil
Por Wagner Veneziani Costa
A cada um é dado um estojo de ferramentas
Uma massa disforme e um livro de regras,
E cada um deve fazer seu tempo fluir.
Uma pedra de tropeço, ou uma pedra de degrau.
(anônimo, século XVIII)
Esse é apenas um pequeno resumo que escrevi, retirado das obras intituladas "O Grau da
Marca" de David Mitchell e da obra: Conte-me Mais Sobre o grau da Marca do Rev. Neville
Barker Cryer, ambas da Madras Editora, contando um pouco da História do Grau da Marca,
agora apresento a Cronologia retirada da mesma fonte...
“Senhor, um homem deveria manter a sua amizade em constante reparo”.
(Dr. Samuel Johnson, 1755)
O Grau da Marca tornou-se uma Ordem Independente (Regular) na Inglaterra.
Podemos afirmar que o Grau da Marca é uma sequência do terceiro grau, contendo profundos
significados simbólicos e filosóficos e esta ligado a construção do Templo do Rei Salomão.
Apesar que a escolha da Marca era uma parte importante em acréscimo ao Grau de
Companheiro.
Na construção do Templo do rei Salomão foram empregados mais de 110 mil operários e para
que eles pudessem ser identificados por seus Oficiais Superiores - para que cada porção de
seu trabalho pudesse passar pelo mais cuidadoso exame e para que cada Artífice pudesse
receber com pontualidade a recompensa pela sua obra e habilidade - esse grupo imenso de
trabalhadores foi dividido em 1.100 Lojas de Companheiros e de Aprendizes, estando estes
últimos sob a superintendência dos primeiros, que lhes ensinavam o ofício; e a todos estes
presidiam 3.000 Menatschim, Supervisores ou Mestres - Três em cada Loja.
Cada um desses homens (Aprendizes, Companheiros e Mestres) recebia um salário. E para que
não recebessem em duplicidade, ou que não recebessem mais do que lhes era devido, criaram 2
uma Marca para cada um dos operários e esses por sua vez, tinham que esculpi-las ou gravá-
las numa pedra talhada. Os Mestres da marca eram conhecidos como "Artífices Perfeitos".
Deste seleto grupo eram escolhidos os Supervisores. Adoniran, que era Supervisor, foi
selecionado para preencher a vaga decorrente da morte de Hiram Abiff. Adonhiram era, de
fato, o Supervisor Chefe dos operários empregados nas florestas do Líbano.
Tantos os Artífices como os demais, certamente, recebiam seus salários no Templo: Os
Aprendizes recebiam seus pagamentos em trigo, vinho e óleo; os Artífices em espécie.
O Supervisor conhecia "bem" a Marca de cada um dos seus operários. Era assim, que o
exame do trabalho apresentado era comparado com as plantas. Se a pedra estivesse correta
e em conformidade às plantas, o Supervisor colocava sua própria Marca sobre a peça
examinada e aprovada. Que logo era içada e instalada em seu lugar. Além da Marca do
Supervisor indicar a exata localização da pedra, um malho de madeira era tudo o que era
necessário para alinhá-la, firme e permanentemente, em sua devida posição.
Assim, as Marcas dos Maçons (pedreiros) representavam uma ajuda fundamental no
gerenciamento das funções administrativas, financeiras, produtivas e de controle de qualidade.
A Marca era portanto a identidade (assinatura) daquele operário específico. Os progressos e a
eficiência na construção dependiam então, de uma boa comunicação e de bom relacionamento
entre os trabalhadores, do respeito aos administradores, além do entusiasmo e prazer no
trabalho. Todas estas qualidades dependiam, por sua vez, da Marca dos Maçons.
A história antiga nos dá conta de que a colocação de uma marca em um produto acabado não
era uma prática restrita aos pedreiros. Podemos encontrá-las facilmente nas Cerâmicas
gregas, egípcias, romanas; em obras de ouro e de prata etc. Na Irlanda, Inglaterra e País de
Gales, Marcas de Maçons podem ser encontradas em pedras de Catedrais, Igrejas, Castelos e
outras edificações medievais.
Douglas Knoop descreveu: "Ponte entre a Maçonaria (da Marca) Operativa e a Especulativa,
com uma das pontas - a do lado Operativo - bem apoiada na Escócia, e a outra - a
Especulativa - na Inglaterra."
A herança da Maçonaria Operativa e da Maçonaria da Marca é tão brilhante e empolgante
como uma Arte, principalmente devotada a propósitos religiosos e a criação de belas
edificações, e sempre tendo em mente a perfeição. O Juramento feito pelos nossos antigos
Irmãos nos Colégios ou Guildas em Roma, comprometendo-se a se ajudarem mutuamente e a
socorrer qualquer Membro em necessidade ainda consta de nosso Ritual. Essa é a mensagem
predominante dirigida a cada novo Mestre Maçom da Marca ao ser felicitado pelo Venerável
Mestre por ocasião de seu Avançamento a esse respeitável e honroso Grau na Maçonaria.
O Grau de Mestre Maçom da Marca continua vivo como um perene monumento aos antigos
operários e artífices que iniciaram a Obra do Grande Supervisor com a construção do Templo
do Rei Salomão, e àqueles que assim ainda continuam fazendo, não apenas na Pedra, mas na
construção e na consolidação nas relações entre homens de bem e nas amizades duradouras.
Pouquíssimos Maçons do Simbolismo conhecem a rica História do Grau da Marca e a sua
legendária ligação com Jerusalém; ou por que esse Grau mereceu a reputação de ―Grau
Amigável‖. Como Mestres Maçons da Marca, podemos ajudar na divulgação e na informação
das razões que originaram esta merecida reputação, ao dedicarmos uma atenção especial ao
nosso trabalho no Templo, tendo um bom conhecimento de sua História e desenvolvimento, e
uma amistosa ânsia de oferecer respostas permissíveis àqueles verdadeiramente interessados.
Possivelmente, todos os Maçons que lerem este texto acharão bastante interessante a relação
apresentada a seguir, que assinala alguns importantes eventos no Desenvolvimento e
Progresso da Maçonaria a partir da construção do Templo do Rei Salomão até a formação da
Grande Loja da Marca. Algumas datas são controversas; no entanto, elas se baseiam em
confiáveis documentos escritos por ilustres Maçons, tais como: R. F. Gould, L. Vibert, R. C. 3
Davies, D. Knoop e D. P. Jones, bem como no Masonic Year Book (o Anuário Maçônico) e,
assim, podem ser aceitas como razoavelmente corretas.
Cronologia
A.C.
957 — Concluída a construção do Templo do Rei Salomão.
714 — Collegia Artificium — o Colégio dos Artífices, Guildas Romanas, ou Corporações de
Artífices, instituída em Roma.
587 — Destruição do Templo do Rei Salomão por Nabuzardã sob ordens de Nabucodonossor.
Ao todo, os cercos a Jerusalém somam um período de vinte anos. Estima-se que um total
entre 500 mil e 1 milhão de israelitas tenham sido deportados para a Babilônia.
539 — Ciro liberta os judeus de seu cativeiro. De acordo com Josephus, somente 50 mil
retornaram a Jerusalém, sob o comando de Zorobabel, para a reconstrução do Templo; destes,
cerca de 30 mil eram homens adultos; os demais eram mulheres e crianças. Muitos teriam
optado em ficar na Babilônia. Estima-se que 150 mil se dispersaram por todos os países
vizinhos, onde haveriam de se estabelecer, construindo suas casas e Sinagogas.
169 — O Templo de Zorobabel literalmente destruído por Antiochus Epiphanes, irmão do rei da
Síria.
D.C.
20-26 — Herodes – o Grande, pai de Herodes Antipas (sob quem sofreu Cristo), era um
famoso construtor. Ele assumiu o ambicioso desafio de restaurar o Templo à sua antiga glória.
O Segundo Templo reconstruído ficou conhecido como o Terceiro Templo e foi, finalmente,
destruído pelos romanos, sob o império de Tito, em 70 D.C.
45-107 — Ocupação da Bretanha pelos romanos.
800-1500 — As Sociedades de Arquitetos Livres e Operativos, conhecidos como Franco-Maçons
(não os Artesãos comuns), oriundos dos Collegia Artificium, surgiram como Freemasons na
Inglaterra, como Steinmetzen na Alemanha, e como Compagnonnage na França. Essas
Sociedades eram secretas e operativas, engajadas nas construções eclesiásticas e em outras
construções. A Franco-Maçonaria, tal como hoje é praticada, remonta àquela Fraternidade.
Os Monges agiam conforme a capacidade dos Arquitetos e dos Mestres na planificação e
planejamento dos edifícios, e supervisionavam a sua construção. Dessa forma, tanto os não
operativos, como os operativos, se tornaram ―Aceitos‖.
926 — Assembleia Anual de Maçons Operativos, realizada em York, sob a presidência de
Edwin, filho de Athelstan. A Antiga Loja de York alega ter a sua origem nesta Assembleia. (vide
1726)
1 292 — Primeira referência conhecida denominando como ―Loja‖ o local de trabalho dos
Maçons Ingleses.
1390 — (+/-) Manuscrito Regius (ou Poema Regius), contendo as ―Antigas Instruções‖.
Primeira menção conhecida da palavra ―Franco-Maçom‖.
1410 — (+/-) Manuscrito Cooke, contendo as ―Antigas Instruções‖.
1530— Os Estatutos de Edward III mencionando a palavra ―Franco- Maçom‖.
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